segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sabedoria orkutiana.

Não quer que ninguém saiba? Não faça.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O que fazer?

Se importar demais, eis o problema. Você quer que tudo seja sempre bom, então se esforça pra resolver todas as pendências. Mas aí você tá fazendo tempestade em copo d´água. Isso porque o certo é não dar importância a certas coisas. É errado querer manter tudo sempre nos trilhos?

Enfim... a solução aparente? Desapego. Ihhh

Será que rola?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Breve retorno - História de vida.

Como assim?
Mas eles muito mal se olhavam!
Eles nem percebiam!
Eles não imaginavam que o dia estava pra chegar...


Ela se debruça na janela, contando as estrelas prometidas. Apenas prometidas.

***
Essas aí eles não as via. Ocupado, varando mais uma noite de TV e sofá. Satisfeito com a cômoda ilusão de um amor já cotidiano.

***
O céu está belíssimo, sopra uma brisa agradável. Mas que brisa inoportuna, que agita a única nuvem do cenário, perante seus olhos! Por fim, desiste de lutar e permite que a mágoa chuvosa despenque como uma tempestade no chão de concreto.

***

Seu braço, onde ela repousa suavemente a cabeça, começa a formigar. Fita-a com ternura quase fraternal durante longos momentos. Consegue trocar a incômoda posição e passa a acariciar docemente os cabelos daquele ser que, de tão delicado, mais parece um bibelô.

***

Apesar da chuva que lhe salta pelos olhos afora, ela permanece contando as estrelas. Um choro, dessa vez infantil, interrompe a cena. Ela corre a acudir a única estrela que ele fora capaz de lhe dar, dentre um universo inteiro que prometera. Estrela essa que nem lhe fora dada por vontade própria... blablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablabla.

***

Com os carinhos, ela acorda. Olha-o primeiro assutada, depois com uma expressão aborrecida. “Será que eu não posso mais dormir?”. As palavras, inconscientemente afiadas como uma navalha, vão entrando pelos ouvidos adentro e dilaceram cada pedacinho de alma espalhado pelo corpo dele, que ainda tenta se redimir, “Me desculpe, meu bem”. “Só saia daqui e me deixe dormir”.

***


Ela volta à janela, mas já não quer mais contar as estrelas prometidas e que, sabe, não lhe serão dadas. Aliás, mas que tolice, como acreditara que estrelas pudessem servir de regalo a alguém?

***

O caminho para casa é curto, porém sombrio e solitário. Pára a observar o céu. Noite belíssima. Vê aquele monte de estrelas e sente um profundo desgosto. Sabe que não adianta dar vazão ao seu romantismo. Sabe que não adiantaria nem mesmo juntar todo o firmamento em um balaio decorado com as cores do arco-íris ou as matizes da alvorada. Nada adianta. Ela foca toda a sua aguçada sensibilidade em outros interesses. O que resta é chegar em casa, ensopar o travesseiro com seus desapontamentos e colocar algo dos Beatles pra tocar, como de costume. Então...

***

Cansada de janela, de noite, de brisa e tudo o mais, deita, sozinha, na cama grande e fria, não sem antes dar uma última espiada no berço. O barulho da rede na sala lhe inquieta, não consegue relaxar. O jeito é ligar, baixinho, o rádio na mesinha de cabeceira. Soam os acordes de uma canção dos Beatles. Então...

***

Adormece. (If I fell in love with you, would you promise to be true and help me understand?)

***

Adormece. ('Cause I've been in love before, and I found that love was more than just holding hands.)

***

Os dias seguem mais ou menos assim. As variantes são mínimas. Ela já botou na cabeça que estrelas nem sequer existem. Ele tem certeza de que jamais encontrará a musa de toda a sua inspiração.

Desistem, pois, de vez e seguem, solitários, suas estradas. Dedicam, cada um a seu modo, o tempo às amizades. Encontram-se noites adentro, sempre acompanhados por copos, garrafas e romances fugazes.

A aproximação é mais que natural. As farras ficam mais recorrentes e exclusivas.

***

Nossa! Ela... bem... talvez ela seja sensível. Não aparenta, tudo bem, mas, olhando de pertinho, ela tem uma energia quente, forte. Uma energia que eu não tinha visto, ainda.

***

Bem, eu posso estar enganada, mas acho que vi um pedacinho de estrela nos olhos dele. Não, não pode ser. Isso não existe.

***

E eles já ficam muito a sós, são grandes companheiros. Um dia, juntos como de costume, ele sente aquele calor, aquela energia transbordando dela. Mas não, não pode ser. E aumenta, aumenta. A tarde anda a passos largos quando ele se vale da força do ímpeto.

Os olhos se fecham. Quando finalmente voltam a esse mundo, já é noite fechada. E não há sequer uma estrela no céu.

domingo, 1 de novembro de 2009

Sem alarme, por favor.

Não, ainda não é uma volta.

Só um tempinho extra na frente de um computador. Precisava ao menos soprar a poeira dos dedos.

Pois então, era só isso mesmo. Uma postagem sem muita necessidade. Meio "For no one".

Beijos.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Por motivos de força maior...

O blog vai ficar um tempo desativado...

Tô sem computador, então infelizmente não vai dar pra atualizar com a mesma frequência.

=/

Assim que voltar, aviso.

Valeu, gente!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Para ler com os olhos fechados

Numa canoa, no meio de um lago. Fim de tarde, o sol já se pôs, mas o céu ainda está pintado. Sozinho, totalmente sozinho. Silêncio, silêncio. Uma brisa que sopra fresquinha. Plenitude.

Feche os olhos.


Até mais ver.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Série nova - Republicações

É apelativo? Óbvio. Mas enfim... Como eu sei que nem todo mundo tem saco pra ficar olhando os arquivos antigos do blog (e que boa parte de vocês começou a aparecer por aqui recentemente) resolvi republicar alguns textos mais antigos e que gosto muito.

Pra começar, o texto que me fez criar o blog:

Um dia desses

Três e meia. Marinésio se despede dos carros, mansões e cervejas na praia e olha de lado. A mulher emana um ronco compassado, discreto, até. No chão, ao lado da cama, um colchonete abriga castelos, princesas e fadas, além das duas filhas. Levanta ainda inebriado pela riqueza inconsciente. Lava o rosto e vê a ilusão descer ralo abaixo. Pensa: “Tá tarde”.

Os amendoins e castanhas estão embalados desde a véspera, como de costume. Junta tudo num só volume, um fardo. Calça o sapato com a sola solta, põe duas broas de milho na bolsa surrada, pede proteção ao céu e sai.

Ao ganhar a rua, Marinésio anda olhando pro chão. O céu já está indeciso, multicor. Atravessa ruelas de barro irregulares, o fardo pesando. Na vista, apenas casebres com a porta fechada. E vai, vai. Ao passar a BR, senta no meio-fio e espera a condução. Com o céu já lilás ele sobe no “Tambaú” lotado.

A viagem- sim, viagem- é turbulenta. Com o saco de amendoins e castanhas entre as pernas, Marinésio luta para não adormecer de pé. O calor se aproxima. Numa freada brusca, o equilíbrio pede licença. Ah, não fosse a senhora gorda sentada ao lado... Ótimo amortecedor. Depois de muitas desculpas e caras feias a viagem segue.

Quando nosso ambulante desembarca na praia de Tambaú já são quase seis e meia. Ele apruma o peso da mercadoria nas costas e começa a peregrinação pela orla pessoense. De cara, encontra um casal de idosos caminhando. A última coisa que um casal de idosos compraria durante um cooper seria um saco de amendoins, não é? Mas são almas boas, se compadecem de Marinésio e compram não um, mas três saquinhos. E agora? Não tem troco.

-Pode ficar, não tem problema.

Nosso herói agradece a gentileza com um sorriso desfalcado e segue seu rumo. E vão surgindo turistas, mais gente caminhando, concorrentes, crianças de patinete. O calor aumenta, o fardo pesa. Ele olha pro sol como quem implora por piedade, os olhos ardem muito. E segue, segue.

Quando imagina que passou das onze horas, Marinésio, que há muito arenga com uma pontada no estômago, resolve parar pra comer as broas de milho. Pede água num boteco, e o garçom, abusado, enche um copo na torneira. Enquanto mastiga as broas sem gosto, Marinésio pensa: “Hoje vai dar certo!”.

Após o desjejum, a caminhada continua. E vendendo mais, mais, mais. O fardo vai ficando mais leve, o bolso, mais pesado. Enquanto percorre o calçadão, vê uma boneca de plástico jogada, já toda retorcida pelo sol. Lembra das filhas em casa, disfarça a vergonha e se abaixa para pegar o brinquedo, guardando-o na bolsa. Por volta das duas da tarde o calor aperta, impiedoso. Marinésio pára e contempla o mar pela primeira vez, desde que começou sua jornada de hoje. Sente a brisa aliviar as chicotadas do astro-rei, mas é só ilusão. Logo o castigo recomeça. E o pobre vendedor vai andando mais devagar, quase se arrastando. A boca árida pede clemência. Junto de uma lufada de ar, vem um punhado de areia, que incomoda bastante. Um turista estrangeiro observa, penoso, o calvário de Marinésio. Aproxima-se e, por meio de gestos, dá a entender que pretende comprar o restinho de sua mercadoria. Nem era muita coisa, mas fazia tempo que o fatigado ambulante não tinha essa sensação de dever cumprido. Vendera tudo.

Pensava na volta pra casa, mas sentia as pernas desobedientes. Estava totalmente sem forças, acabado, derretido pelo sol. Sentia-se tonto. De repente, como que por mágica, tudo parou. Marinésio teve um pensamento, acompanhado de um calafrio. Nada mais importava, nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas. Foi como um lapso temporal, uma sensação indescritível. Ele reuniu o resto do ânimo que tinha e marchou apressado até a barraca defronte. Sob o olhar maldoso dos funcionários, pensou, pensou, pensou; fez contas e mais contas intermináveis. Depois de muito confabular consigo mesmo, meteu as mãos nos bolsos e tirou toneladas de moedas, jogando-as em cima da mesa mais próxima. Sentou-se, piorando ainda mais o semblante dos garçons, e começou a contar aquela infinidade de centavos tão suados. Contou, recontou, conferiu, conferiu de novo, e mais uma vez, e outra, e outra. Então o tempo parou novamente. Se me perguntassem o que é felicidade eu precisaria de uma foto. Uma foto desse momento. Eu, certamente, teria muitas dúvidas sobre o que é medo, apreensão, tristeza... Mas felicidade, agora, seria muito fácil de exemplificar. Marinésio olhou para o garçom que já vinha em sua direção, para expulsá-lo. Olhou com um brilho tão intenso nos olhos que o rapaz estremeceu. Abriu um sorriso tão lindo, mas tão lindo, que, daquele jeito, nunca houvera sido registrado nas praias da Filipéia. Estava longe de ser plástico, é bem verdade. Um sorriso estragado, falho, desfalcado; lindo, sincero, contagiante. Nessa hora o sol amenizou-se, a brisa soprou fresca, o barulho da rua cessou e o mar ficou ainda mais bonito. Marinésio, domando sua euforia da melhor maneira que era possível, conseguiu apenas murmurar:

-Uma cerveja.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A aposentadoria do imprevisto


Já parou pra pensar que muito em breve o imprevisto vai deixar de existir?

Eu fico pensando... como cargas d´água existia vida sem internet e telefone celular? E olha que eu ainda vivi isso, hein?

Furou o pneu? Liga pro borracheiro, liga pro escritório, liga pra filha... pronto. Todo mundo já está ciente do problema. Em tempo real.

Acho que isso afetou a noção de compromisso das pessoas. Antes você marcava um horário e tinha de cumprir. Não tinha essa comodidade de avisar: "Tô no trânsito, tá o maior engarrafamento". Antes, filho, era tal hora e pronto. E nem adiantava descer do carro e ligar do orelhão (que já existia). A pessoa que estava te esperando também não tinha celular. Era bacana, de certa forma. O pessoal, de uns tempos pra cá, criou a mania de se escorar no tal do "chego já". "10 minutos", "5", "2". E, no fim, acaba atrasando meia-hora. Uma hora.

E depois reclamam que eu sou antiquado.

Similares

É a ressaca do que não bebeu
É o luto por quem ainda está vivo
É a morte daquele que mal nasceu
É a risada daquele que não tem motivo

É o abraço de quem se quer distância
É a distância de quem se quer abraço
É o orgulho de quem perdeu toda a moral
É a moral de quem não tem coragem

É o último sorriso do suicida
É o suicídio do que muito queria viver
É o talento sacrificado pela necessidade
É a pressa de chegar a lugar algum

É o sangue derramado por futilidade
É o ódio alimentado por estupidez
É o investimento lúcido na decadência
É o arrependimento pelo que não se fez

É o pôr-do-sol psicodélico para os monocromáticos
É uma torrente poética para os insensíveis
É a sinfonia perfeita para os ouvidos moucos
É o sabor refinado para o paladar impuro

É a inteligência de quem não tem recursos
É o céu nublado de quem quer praia
É o respeito despejado sobre quem não o merece
É a teoria que não se aplica na prática.

Músicas de quarta


The Beatles - For no one

Your day breaks, your mind aches
You find that all her words of kindness linger on
When she no longer needs you

She wakes up, she makes up
She takes her time and doesn't feel she has to hurry
She no longer needs you

And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years

You want her, you need her
And yet you don't believe her when she says her love is dead
You think she needs you

And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years

You stay home, she goes out
She says that long ago she knew someone but now he's gone
She doesn't need him

Your day breaks, your mind aches
There will be times when all the things she said will fill your head
You won't forget her

And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years

-------------------------------------------------------------------

Link nos comentários.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sinais de mudança

Esses dias ganhei um concurso literário. Até coloquei aqui no blog, vocês bem sabem. Um “Para ler com os olhos fechados” desses ficou em primeiro lugar numa seletiva de micro-contos. Jóia, né? Pois bem, ontem fui à PotyLivros retirar meu prêmio, que era uma quantia x em mercadorias a ser retirada em qualquer uma das lojas da mencionada rede.

Detalhe número um: Todo mundo aqui sabe que eu sou músico, correto? Pra quem não sabe: Sou músico. Detalhe número dois: A PotyLivros, apesar do nome, não vende apenas livros. O espaço das lojas também comporta um café, uma revistaria e uma seção de áudio/vídeo.

Eu mal coloquei meus pés dentro da livraria e já vinha maquinando esta crônica. Seria, no mínimo, um contra-senso... Eu retirar a premiação, conquistada num concurso literário, toda em discos, né não? E eu tava decidido a isso mesmo. Nossa.

Então... passei em frente a uma das estantes de literatura brasileira. Primeira visão: Dalton Trevisan... hmmm, um disco a menos. Andando mais um pouco, esbarrei com o letreiro: “Biografias”. Jimi Hendrix. Dois discos a menos. Girei nos calcanhares e parei na direção de onde ficam os cds e dvds. No meio do caminho tinha um Fernando Sabino. Tinha um Fernando Sabino no meio do caminho. De lambuja ainda teve um “Os cem melhores contos brasileiros”. Pois não é que eu saí de lá sem um cd na mão, sequer? Tive, inclusive, que pagar a diferença de preço dos livros, já que minha premiação não dava para os quatro.

Eu não digo é nada. Daqui a pouco eu vendo minhas guitarras e compro uma máquina de escrever. E fitas, né? Máquinas só funcionam com a fitinha de tinta.

Para ler com os olhos fechados

Sentado numa pedra, no alto de uma serra, contemplando o Gargalheiras. 5 da manhã, mas sem sono. O sol se desprende das cordilheiras, trazendo um pouco mais de cor. Sentindo o calor agradável na face. A melhor música tocando no mp3 player. Um beijo de língua. Com amor, carinho, piercing e um gostinho de café.

Feche os olhos.

Até mais ver.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Músicas de quarta

Free - I´ll be creeping

If You Are Tryin' To Screw Me Baby
take My Advice
opportunity Baby, Never Knocks Twice
if You Are Tryin' To Fool Me Baby
don't Play Around
'cos When I Get To You Baby
i Wont Make No Sound
'cos I'll Be Creepin'
i'll Be Creepin' Baby

i'll Hold You In My Arms
like Nobody Else
and When I Know We're Apart
i Wont Take No Less.

take All You Things And Move Far Away
take All Your Furs And Rings Baby
but Don't You Sing Hurray
you Can Change Your Address
but You Wont Get Far
don't Make No Difference Wherever You Are
yeah 'cos I'll Be Creepin' Baby
and I'll Be Creeping 'round Your Door

i'll Hold You In My Arms, Like Nobody Else
and When I Know We Are Apart, I Wont Take No Less

i'll Hold You In My Arms, Like Nobody Else
and When I Know We Are Apart, I Wont Take No Less

take All You Things And Move Far Away
take All Your Diamond Rings Now Baby
but Don't You Sing Hurray
you Can Change Your Address
but You Wont Get Far
don't Make No Difference Baby Wherever You Are
yeah 'cos I'll Be Creepin' 'round Your Door

----------------------------------------------------------

Link nos comentários.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Texto convidado: Sheyla Amaral

Sheyla é uma colega de blog que conheci através daqui. Creio que seja gaúcha. Os textos dela são fantásticos, realmente fantásticos. O que eu trouxe pra vocês é o seguinte:

Billie Rubina

Billie era dessas garotas que não esquecemos nunca mais. Tinha uma risada gostosa e andar sinuoso e ria ainda mais, quando percebia que prendia olhos com seus quadris. Billie só gostava de caras maus e perigosos. Andava nas garupas de motocicletas envenenadas de shortinho e mini-blusa, fumando com sua boca carnuda e olhar que de tão ingênuo chegava a ser pernicioso.

A voz rouca cantava alto enquanto pintava as unhas dos pés com o disco na vitrola no volume máximo. Ah, ela sabia o que causava. Brigas, confusões, ataques de ciúmes, violência. Ela gostava de ser agarrada pelos cabelos da nuca por seu garoto mau e apertada contra a parede com palavras rudes ditas num hálito masculino e etílico em sua orelha; gostava de acordar e ver aquelas marcas em sua pele; arrepiava o bico dos seios e se sentia a mulher mais mulher que já pisou na Terra.

Billie gostava de beber até tarde e dormir quando amanhecia. Não havia horários para ela e tudo era dividido simplesmente em dias e noites. E eram as noites que ela mais ansiosamente aguardava! O dia passava preguiçoso, apenas para sua preparação para a próxima aparição na noite enfumaçada de um bar qualquer. Ali ela sabia, seus olhos brilhavam mais, sua pele ficava mais acetinada pela luz suave, sua boca mais vermelha e seu corpo mais sexy do que qualquer uma que lá estivesse.

Billie se embriagava imaginando que poderia ser como uma vamp de capa de revista, de pernas longilíneas e olhar sedutor. Queria viver uma cena de filme noir todas as noites. Beijar todos os homens e imaginar que todos eles lhe pertenciam para no final, mandá-los embora feito cachorrinhos.

Secretamente, ela aguardava um em especial, que entraria pelo bar com um cigarro no canto da boca, vestindo uma capa de chuva e tirando o chapéu, a olharia diretamente nos olhos, dizendo “todo mundo é idiota de alguém”* e a tomaria nos braços, com beijos inebriantes.
Mas, quando Billie Rubina acordou, já havia passado tanto tempo e ninguém a procurou em bar algum e suas pernas, bem como seu traseiro, já não eram mais como antigamente. Seu olhar já estava amarelado e puxa, estava urinando feito chá preto!

Billie já não cantava tão alto e decidiu que não esperaria por seu homem, ele não viria. E mesmo que viesse, por Deus, ele não a beijaria com esse dente faltando! Billie se olhou novamente no espelho do banheiro, limpando com a mão o vapor d’água. Suas mãos estavam tão envelhecidas, as unhas descascadas. Bem, a esclera já estava mais branca, podia sair e tomar alguma coisinha por aí. Afinal, sempre tem um homem solitário precisando de uma mulher, mesmo que ela seja amarela.

Sheyla Amaral

Pra conhecer mais escritos de Sheyla Amaral, acesse o Soul Musical.

Para ler com os olhos fechados - convidado: Fernando Sabino

Não me contive... preciso escrever isso, aqui.

...na lembrança daquele amor que soprou sobre ele envolto em brisa num dia de mocidade quando passeava com ela num jardim.

Fernando Sabino

Feche os olhos.

Até mais ver.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mais uma...

Não perca: Em 2010, jornalismo na Microlins!!

Frase convidada: Marcelo (Panela) Tavares.

"Se faltar papel higiênico eu tenho um diploma".

Jornalista sofre.

Antes, agora e depois.

Antes calor era cerveja. Agora é suor. Depois não sei.

Antes tédio era rua. Agora é tédio. Depois não sei.

Antes amanhã era claro. Agora é escuro. Depois não sei.

Antes não eram 2. Agora são. Depois n... Depois continuarão sendo.

E, no fim das contas, é tudo que importa.

O motivo?

O mesmo pelo qual a música era música, antes.

O mesmo pelo qual a música é música, hoje.

E, principalmente, o mesmo pelo qual a música vai ser sempre música. Já dizia meu amigo Julinho.

=)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Músicas de quarta

Al Stewart - Year of the Cat

On a morning from a Bogart movie
In a country where they turn back time
You go strolling through the crowd like Peter Lorre
Contemplating a crime

She comes out of the sun in a silk dress running
Like a watercolour in the rain
Don't bother asking for explanations
She'll just tell you that she came
In the year of the cat

She doesn't give you time for questions
As she locks up your arm in hers
And you follow 'till your sense of which direction
Completely disappears

By the blue tiled walls near the market stalls
There's a hidden door she leads you to
These days, she says, I feel my life
Just like a river running through
The year of the cat

Well, she looks at you so cooly
And her eyes shine like the moon in the sea
She comes in incense and patchouli
So you take her, to find what's waiting inside
The year of the cat

Well, morning comes and you're still with her
And the bus and the tourists are gone
And you've thrown away the choice and lost your ticket
So you have to stay on

But the drum-beat strains of the night remain
In the rhythm of the new-born day
You know sometime you're bound to leave her
But for now you're going to stay
In the year of the cat

---------------------------------------------------------

Link nos comentários.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Eles...

Eles conversam. Eles se entendem. Eles se divertem. Eles pensam.

Neles.

Adolescência.


Percebi que adolescência não tem nada a ver com idade. É um estado de espírito.

Fica, óbvio, mais evidente entre os 12/13 e 17/18 anos. A personalidade tá recebendo os últimos retoques e não há como ser diferente... Mas não se iluda, a adolescência nunca sai de você. Fica indo e voltando. Às vezes é bom, às vezes enche o saco.

Acabei de mudar de idéia. O negócio não é com a adolescência. Você já vem com todas as fases da vida prontas e instaladas. É, feito um computador. Digo isso por que me lembrei que não é só a adolescência que nos visita periodicamente. A infância também gosta de fazê-lo. Esses dias mesmo fiquei ultra-nostálgico, lembrando dos meus tempos de criança. Ainda bem que, comigo, a infância volta na forma de nostalgia. Pelo menos na maioria das vezes. Conheço gente que tem surtos de birra infantil a toda hora. Que vive um desses surtos, repetindo sílabas. Enfim...

Até mesmo a velhice, veja bem, às vezes se adianta e aparece um pouco antes do tempo. No meu caso, programaram errado o Windows aqui. Eu sou mais velho que adulto. Pelo menos na maior parte do tempo. Às vezes vem o Cleozinho e fica lembrando do polícia-e-ladrão, às vezes vem o aborrescente e fica contando as estrelas, às vezes dá uma pane e eu entro na minha idade (ai meu Deus, as contas pra pagar)... Mas quase sempre eu tô mesmo é voltando de Woodstock a pé.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Depois de tempos...

...um dia dos namorados solteiro.

Sabe o mais engraçado?

Depois de tempos... solteiro... e completo. Finalmente completo.

Ou n...

Não, hoje não tem "Ou não".

É sim, mesmo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Músicas de quarta

Ontem, torrando a 39,5ºC, constatei uma série de coisas. Eu podia ficar aqui, escrevendo um caminhão de letrinhas. Mas não. Cat Stevens já o fez por mim.

Cat Stevens - Father and Son

Its not time to make a change,
Just relax, take it easy.
Youre still young, thats your fault,
Theres so much you have to know.
Find a girl, settle down,
If you want you can marry.
Look at me, I am old, but Im happy.

I was once like you are now, and I know that its not easy,
To be calm when youve found something going on.
But take your time, think a lot,
Why, think of everything youve got.
For you will still be here tomorrow, but your dreams may not.

How can I try to explain, when I do he turns away again.
Its always been the same, same old story.
From the moment I could talk I was ordered to listen.
Now theres a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.

Its not time to make a change,
Just sit down, take it slowly.
Youre still young, thats your fault,
Theres so much you have to go through.
Find a girl, settle down,
If you want you can marry.
Look at me, I am old, but Im happy.
(son-- away away away, I know I have to
Make this decision alone - no)

All the times that I cried, keeping all the things I knew inside,
Its hard, but its harder to ignore it.
If they were right, Id agree, but its them you know not me.
Now theres a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.
(father-- stay stay stay, why must you go and
Make this decision alone? )
----------------------------------------------------------------
Link nos comentários. =)

terça-feira, 9 de junho de 2009

Novidades vêm aí

Ando bem ocupado, mas prometo que tem coisa boa por vir.

Aguardem!

=)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Para ler com os olhos fechados

Calor, muito calor. O sol não brilha, dá cascudos. A boca está totalmente seca, contrastando com o corpo encharcado pelo suor salgado. A camisa gruda no peito, a poeira gruda na pele. Uma bodega daquelas dos anos setenta, com porta-doces giratórios de tampas coloridas, surge como um oásis. Você encosta no balcão e apenas balbucia: Uma cerveja.

Feche os olhos.

Até mais ver.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

E quando você menos espera...


... chega uma notícia dessas:

"O single mais baixado é "Cafajeste", contendo três músicas, da banda Revolver, de Natal, lançado em 2006, com 3.704 donwnloads, equivalente a 1.250 discos. Um fenômeno, o single/disco teve apenas 45 downloads em 2006, subiu para 280 em 2007 e, em 2009, já chegou a marca de 470."

Matéria completa:
http://www.senhorf.com.br/agencia/main.jsp?codTexto=5628

Fala sério, hein?

Qual a novidade boa que falta?

=)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Imagem perfeita


"And I rise like a bird,
In the haze when the first rays touch the sky
And the night winds die. "

Pink Floyd em "A pillow of winds"

ou (e principalmente)

Cleo Lima, às 5:30 da manhã, feito um passarinho. Bobo, bobo.

Obviamente a imagem perfeita não é a foto, embora ela também seja bela. Mas esses versos curtos humilharam meus "Para ler com os olhos fechados".

Sabe o que é legal? Humilharam apenas literariamente, sabe? Porque o momento eu vivi. E ninguém sabe o quanto isso mexeu comigo. Nem você. É, você.

Músicas de quarta

Desculpem a ausência... é que eu tava sem internet. E com muuuita coisa pra resolver. De boas novas, a inspiração continua legal. Tenho mais coisas bonitas pra escrever, é só aguardar. =)

A música diz muita coisa interessante, vamos lá.

Pink Floyd - Coming Back to Life

Where were you when I was burned and broken
While the days slipped by from my window watching
And where were you when I was hurt and I was helpless
Because the things you say and the things you do surround me
While you were hanging yourself on someone else's words
Dying to believe in what you heard
I was staring straight into the shining sun

Lost in thought and lost in time
While the seeds of life and the seeds of change were planted
Outside the rain fell dark and slow
While I pondered on this dangerous but irresistible pastime

I took a heavenly ride through our silence
I knew the moment had arrived
For killing the past and coming back to life

I took a heavenly ride through our silence
I knew the waiting had begun
And I headed straight..into the shining sun

------------------------------------------------------------------

Link nos comentários.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Para ler com os olhos fechados

A parte do blog que me rendeu os primeiros frutos... hahahaha!

Outra coisa, hoje não tinha como não fazer sol. Não tinha meeeesmo. Depois do combo "ZZ Top + America + GrandFunk + Beatles + The Reign of Kindo" não tinha como o dia não ser essa belezura toda. Mesmo sem dormir...

Vamos lá...

Sexta-feira, 14h, feriadão que se prolonga até a terça. Sol daqueles, céu azul. Um conversível queimando o asfalto a caminho de uma praia distante e quase deserta. O DETRAN que me desculpe, mas tem que ter velocidade e cerveja geladíssima. Ela do lado.

Feche os olhos.

Até mais ver.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Não é que tá dando certo? [2]

Se eu já tava surpreso com o fato de ter sido selecionado...

É, ganhei! \o/

Meu texto ficou em primeiro lugar, o que me rendeu uma premiação bacaninha em livros.

Festa!!!

Obrigado!

Update: O texto vencedor:

Casa grande de sítio no pé da serra. 21h. Lua cheia. Um friozinho, uma rede no alpendre. Enrolado no lençol e no abraço. Uma vitrola tocando um vinil de Chico. Uma cachacinha boa. E pouca, por favor.

Feche os olhos.

Até mais ver.

Como eu tinha dito, o texto já fora publicado aqui, no "Para ler com os olhos fechados"...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Não é que tá dando certo?

Olha só o e-mail que eu acabei de receber:

PREMIAÇÃO DO CONCURSO CULTURAL MINI-HISTÓRIAS

Gostaríamos de parabenizá-lo. Você foi classificado em nosso CONCURSO CULTURAL de MINI-HISTÓRIAS.

A seleção dos 05 (cinco) mini-contos mais criativos foi feita através dos organizadores respeitando os critérios exigidos para a ação (quantidade de caracteres, prazo de envio). Já a ordem de classificação foi votada pelo público presente na XI EXPROM – Exposição de Promoção e Merchandising da UnP.

Agradecemos sua participação e informamos que o resultado da premiação será hoje, dia 27 de maio às 21h no pátio da UnP da Av. Nascimento de Castro, no estande da POTYLIVROS.


Os textos que eu mandei foram tirados do Musicrônicas... Nada mais justo que agradecer a vocês.

P.S.: É incrível como está tudo se acertando, ultimamente. A minha escrita tá rolando fácil. Lily, Fernanda, Vênus, Larissa... Tantos nomes pra mesma inspiração... Obrigado.



Músicas de quarta

E eu ainda preciso falar algo, depois do porre de ontem? Hahahahahaha. Aaaiiii, minha cabeça. Eu falo demais, bêbado...

America - Another Try

Hey, daddy just lost his pay
What did he do it for
It never made it through our door
He drank the whole week away
And what can a family say
There must be a better way
Now mama dont start to cry
Lets give him another try

Pick up the telephone
Tell him you want him home
To sit and watch the evenings pass
And readin the leaves of grass

Im caught in a closing door
Its pinning me to the floor
Now mama dont start to cry
Lets give him another try

Im caught in a closing door
Its pinning me to the floor
Now mama dont start to cry
Lets give him another try

When were old and gray
And the things we say are the things we really mean
So why cause a scene
When things aint what they seem
cause the end results the same
Now what can a family say
There must be a better way
Now mama dont start to cry
Lets give him another try
------------------------------------------------------------

Link nos comentários!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Texto convidado: Mark Farner

Hoje quem vai escrever pra vocês é o Mark Farner, fundador do grupo Grand Funk Railroad. O GRF é uma banda americana de hard rock que não estourou tanto quanto os ingleses do Zeppelin, do Purple e do Sabbath, aqui no Brasil. Injustamente. É fenomenal. Enfim... O velho Mark tem muito a falar.

“Sobre questões sentimentais”

Começo de 1970. O Grand Funk estava no início... Tínhamos lançado o “On time” e o “Grand Funk”. “Closer to home” estava praticamente pronto. Em meio a uma turnê, soubemos a notícia de que nosso primeiro álbum chegara a disco de ouro. Tudo isso era demais... Festas, shows lotados, rock´n roll. Don e Mel, meus parceiros de banda, aproveitavam cada segundo. Todos os dias apareciam com 4 ou 5 mulheres lindas, cada um. Curiosamente, eu, que era o frontman do GFR, sempre fui meio diferente do estereótipo do “rock star”. Sempre cultivei relações firmes, mesmo enquanto jovem. Claro que vez por outra acontecia e tal... Também não era santo. Curtia mesmo era compor, tocar e, às vezes, tomar uns porres.

Pois justo quando estamos em meio a esse turbilhão de novidades da turnê, eis que chega a notícia: Um dos meus grupos preferidos na época, o Vanilla Fudge, anunciara, em clima amistoso, o encerramento de suas atividades. Fiquei perplexo, o grupo era extremamente promissor, me influenciara muito na maneira de escrever canções. O problema é que os caras estavam em outra viagem, que acabou gerando outro grupo fantástico, o Cactus. Mas, bem, isso é outra história. O que acontece é que o Vanilla Fudge anunciou um concerto de despedida. E eu, mesmo estando em turnê, não ia perder.

Dia 14 de março de 1970, Phil Basille's Action House, estava eu lá no camarim. A parte boa de fazer sucesso é que você acaba tendo acesso a pessoas que antes julgava inatingíveis. Estavam lá Tim Bogert, Carmine Appice, Vince Martell e meu xará Mark Stein. Do outro lado do enorme aposento, 4 garotas se preparavam para o número de abertura, uma fantástica canção psicodélica chamada “You keep me hanging on”, na qual havia uma performance de dança. Nessa hora eu consegui esquecer até meu nome. Uma delas emanava uma energia estranha, que me atraiu imediatamente. Sei lá o que era isso, fiquei totalmente petrificado. Eu, que pouco tempo antes terminara um relacionamento de alguns anos, me vi confuso, perturbado. Vince, que observava tudo à distância, se aproximou com um sorriso besta na fronte: “Conhece a Lily?”.

Lily, pelo que soube por Vince, era uma self-made woman. Independente e tal. Estava saindo de um casamento e queria liberdade, curtir, queria rock´n roll. Mas o que ela não sabia é que, na verdade, não precisava ir atrás de rock´n roll. O rock´n roll é que viria até ela, através de mim. E isso ficou muito claro a partir do momento em que a gente se olhou. Foi diferente. Foi como nunca tinha sido. O rock tava ali, ao alcance dos braços dela.

Esse dia mudou minha vida pra sempre. Lembro-me como se fosse nessa última sexta-feira... Eu e Lily nos olhando durante o show inteiro, até que, durante a última música, eu, num ímpeto, cheguei pro Mark Stein: “Cara, me deixa tocar uma música minha com vocês?”.
Mark me olhou estranho, mas consentiu. Peguei a guitarra com Vince, ajeitei o pedestal do microfone e dedilhei um si menor. Ia tocar minha música preferida, feita quando terminei meu relacionamento anterior, “Heartbreaker”. O Grand Funk tinha gravado ela no “On time”. Só que, apesar de ter sido feita nessas circunstâncias, a canção, agora, tinha um sentido completamente diferente.

“Once I had a little girl...”

Não, não.

O que fazia sentido agora era...

“I don´t cry no more. I live while I´m flying.”

Qual não foi minha surpresa ao ver Lily adentrar o palco e começar a cantar comigo, dividindo o mesmo microfone.

“Heartbreaker.”

Nessa hora não tinha mais banda, não tinha mais público. Apenas Lily e eu, hipnotizados, cantando um pro outro. Uma cena que nunca poderia ser sequer imaginada. Os olhos, tão próximos, soltavam faíscas. A expressão não era outra senão de êxtase. Total. Completo. Absurdo. Ao fim do número, a platéia calou num silêncio aterrador. Foram alguns segundos eternos. Depois disso, o lugar veio abaixo em vivas e palmas. Mais que um número musical, aquelas pessoas presenciaram a certeza de que o amor existia. E que isso poderia muito bem estar dentro do rock´n roll.

Final de maio, 2009, estou sentado em frente ao computador, escrevendo um pouco da minha história. Lily está deitada aqui ao meu lado, dormindo serena. Na vitrola, o velho vinil “Sheer heart attack”, do Queen. O mesmo que, ainda nos anos 70, ganhei de presente do meu grande amigo Freddie Mercury (que Deus o tenha). Na capa, escrito a caneta, o agradecimento por, durante um porre, ter lhe dado a idéia para uma das mais belas canções que compôs, “Lily of the Valley”. É, a felicidade pode aparecer quando não se espera, mesmo. Fico relembrando aqui o dia após aquele show, em março de 70... Ouvindo, numa antiga vitrola, o lado B do disco 1 do Álbum Branco dos Beatles. Um dia chuvoso. Martha my dear. Love you forever and forever, I will. E eu estava confuso... aquela chuva toda, e as coisas acontecendo tão bonitas e eu acho que a gente já se amava. No fim das contas we were only waiting for that moment to arise.

Blackbird, fly.

Mark Farner

domingo, 24 de maio de 2009

Quase pronta...

Aí vem uma "daquelas".

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Triste felicidade.

Bem, alguns de vocês já devem saber, mas faleceu, ontem à noite, o músico Zé Rodrix. Eu realmente nem tenho palavras pra expressar a tristeza. Sério. Eu sei que a foto tá escura, mas se você fizer uma forcinha, vai reparar na minha cara de pura felicidade em estar ao lado de um dos meus maiores ídolos. Esse retrato foi tirado há apenas 3 meses, no show que ele fez, junto a Sá e Guarabyra, em João Pessoa. Chuva grossa, papai, Tatá e eu. Um dos melhores momentos da minha vida. Daí o título desse post. Ao mesmo tempo que a tristeza me consome, me vi inundado por uma felicidade gigante por ter aproveitado essa, que veio a ser a única oportunidade que eu teria de ver esse cara pessoalmente na minha vida. Poxa, eu troquei umas poucas palavras com ele... E isso, mais do que nunca, faz o maior sentido. Vai, Zé Rodrix! Segue o caminho da luz! Hoje a vitrola lá de casa vai passar o dia tocando Mestre Jonas.

Esse blog está de luto, hoje não tem "Para ler com os olhos fechados". Desculpem.

=(

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Maldita alergia

tem tanta coisa que eu queria escrever... mas aaa aaaaaa aaaaaaaatchim.

Uma foto, uma frase, uma música. Basta.

E essa chuva...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Músicas de quarta


Essa música é simplesmente fantástica. O Uriah Heep é uma das bandas mais subestimadas dos anos 70...

Uriah Heep - Weep in silence

You who thought
Your eyes could tell no lies
So your life became a compromise
And it was you
Who had seen men dyin'
You heard their children cryin'
While their women weep in silence

And you who thought
You were so wise
Succeeded only in disguise
Now and then
You'd find a bridge to cross
Reach the other side
And you'd still be lost
Evaded by the sweet smell of life

And the people that you try
To show the way
Never believe you
Never believe you - no way

While your women weep in silence
Your women weep in silence
Women weep in silence

---------------------------------------------

Link nos comentários. Aproveitem!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Fechado pra balanço ou minha breve história

Dadas as atuais circunstâncias, acho que não há alternativa. Ultimamente eu tenho sido bem pessoal por aqui, então nada mais justo que trazer à tona algumas constatações.

Não sei bem o porquê (mentira, sei sim), mas eu sempre fui uma pessoa carente. Quem me conhece sabe disso de cor e salteado. O que acontece? Acontece que eu, que já era carente, estou sozinho. Pela primeira vez na minha vida. Sempre morei só com papai, mas há 5 anos optei por seguir meu rumo. Tinha acabado de entrar na faculdade, ganhava meu dinheiro - ainda que pouco - e não tinha muitas preocupações. Dividi apartamento com familiares, amigos... Mas sempre me bancando.

Um pouco depois, eu, que sempre fui muito de namorar (mas nunca tinha sustentado uma relação por mais de 6 meses), conheci Juliana. Bem, foi uma experiência bem diferente na minha vida, já que ficamos quase três anos juntos. Junto a Juliana, surgiu uma necessidade de ter meu espaço reservado. Passei a morar só. E sempre bati no peito: "Morar só é a melhor coisa do mundo". Não é.

No fim das contas eu não estava só, né? Estava a uma ligação de distância. Recapitulando... eu já estava com 22 e não tinha ficado realmente só. Sempre emendando uma casa na outra, um namoro no outro. Quando me vi sozinho, no começo desse ano, faltou chão. Vocês sabem. Mas, conforme eu falei láááá no comecinho, Cleo Lima é carente. Meio mulherzinha, sabem? Eu só consegui me recuperar do tombo quando conheci outra pessoa, que foi Cátia. Aliás, nunca vou conseguir agradecer o suficiente o bem que ela me fez. Mas aí entrou em cena outra questão: Distância. Aí vocês lêem o post de baixo.

Ontem me viram triste como há muito não acontecia. Mas isso também não é assunto pra eu ficar rendendo aqui. O que há de concreto é que eu percebi uma coisa.

Tá na hora de pensar um monte de coisas e repensar outras tantas. Tá na hora de definir meu rumo, né? De tentar me acalmar uma vez na vida, que seja. De ficar sereno, coisa que nunca consegui. Que muito provavelmente nem tentei.

Só um pouquinho, deixa eu me recompor.

[...]

Eu acredito em realidades paralelas. Taí, voltei a achar minhas semelhanças com mamãe. Na verdade nós vivemos num sonho. Quando vamos dormir é que voltamos à realidade. A única comunicação entre os mundos paralelos é o espelho. Nele você enxerga o outro lado, mas, paradoxalmente, ao mesmo tempo que ele te deixa ver seu outro eu, não permite a interação entre você e você. É uma pena. No momento eu tô concentrando meus esforços em trocar de lugar com o outro Cleo. Não sei se ele toca guitarra ou escreve razoavelmente, mas as poucas lembranças que trago da minha vivência através dele, nos sonhos, me mostram um cara que eu invejo. Um cara que eu queria trazer pra essa realidade de cá e apresentar pra vocês. Talvez o pessoal das bandas e os leitores sintam um pouco de falta desse eu, no começo, mas logo todo mundo acostuma.

Não é hora de olhar pra frente, definitivamente. Pra trás, muito menos. É hora de olhar pra hoje. Pra dentro. Pro espelho. Não é hora de fazer planos, Cleo. No mááááximo pro fim de semana.

Vamos lá, que a vida não pára.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Segunda-feira típica

A mais típica de todas.

Aconteceu. Era inevitável. A distância não permite o florescimento de nada muito duradouro.

Mas não quer dizer que não seja triste. Muito.

=(

domingo, 17 de maio de 2009

Um dia diferente.

Márcio é um cara normal. Dia desses ele tava em casa sem fazer nada, como é costume nos fins de semana. Visita.

Márcio é um cara sentimental. Dia desses ele tava em casa, cansadão, e não largava o celular. Mas o danado não tocava.

Márcio é um cara que não aprende. Em casa, fim de semana, de bobeira... Visita.

E essa rotina seguiu, seguiu, seguiu. Márcio começou a mudar um pouco a cabeça. Achou, finalmente, o velho jeans que tanto procurava.

Até que um dia desses de fim de semana - bobeira, pernas pra cima e visita - a força superior olhou, olhou... Tá, Márcio, eu pinto o céu de uma cor diferente, no pôr-de-sol de hoje. E o pincel celestial dançou, dançou... e o céu ficou dourado, amarelo-ouro. E depois laranja. E depois púrpura. Púrpura profundo.

Aí Márcio achou sentido em tudo. O céu tava ali do jeito que ele queria. Fernanda, maravilhada, contemplava o espetáculo bem de pertinho. Do lado. Belchior cantava no rádio. Estava tudo mais bonito. Esse dia mudou muita coisa, além da cor do céu.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Para ler com os olhos fechados

Casa grande de sítio no pé da serra. 21h. Lua cheia. Um friozinho, uma rede no alpendre. Enrolado no lençol e no abraço. Uma vitrola tocando um vinil de Chico. Uma cachacinha boa. E pouca, por favor.

Feche os olhos.

Até mais ver.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Uuuuiiiiii

Praia, cervejinha geladinha, camarãozinho, umas gatinhas de biquini... E mais. Vocês são uns considerados.

Desculpem fazer inveja... hahahahahahaha

Hoje promete!

Músicas de quarta


É.

Rod Stewart - Maggie May

Wake up maggie I think I got something to say to you
Its late september and I really should be back at school
I know I keep you amused but I feel Im being used
Oh maggie I couldnt have tried any more
You lured me away from home just to save you from being alone
You stole my heart and thats what really hurt

The morning sun when its in your face really shows your age
But that dont worry me none in my eyes youre everything
I laughed at all of your jokes my love you didnt need to coax
Oh, maggie I couldnt have tried any more
You lured me away from home, just to save you from being alone
You stole my soul and thats a pain I can do without

All I needed was a friend to lend a guiding hand
But you turned into a lover and
Mother what a lover, you wore me out
All you did was wreck my bed
And in the morning kick me in the head
Oh maggie I couldnt have tried anymore
You lured me away from home cause you didnt want to be alone
You stole my heart I couldnt leave you if I tried

I suppose I could collect my books and get on back to school
Or steal my daddys cue and make a living out of playing pool
Or find myself a rock and roll band that needs a helpin hand
Oh maggie I wish Id never seen your face
You made a first-class fool out of me
But Im as blind as a fool can be
You stole my heart but I love you anyway

Maggie I wish Id never seen your face
Ill get on back home one of these days
-------------------------------------------------------------------

Link nos comentários.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Receita de bom humor

Primeiro, This never happened before e Close to you.

Depois misture num mesmo programa:

Johnny all alone, Heartbreaker, Beware of darkness, July Morning, Tatoo´d lady e Queen of the deep.

Finalize com Maggie May.

Você vai dormir bem.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Em breve numa livraria perto de você...

"Como se dar mal duas vezes com a mesma situação. Em poucos meses."

ou ainda

"A arte de estragar tudo. Ou não."

Uma cortesia de Cleo Lima, (in)felizmente um ser humano.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Para ler com os olhos fechados

Antes, uma breve explicação: Seção nova, aqui no blog! E essa será semanal, hein? É o seguinte... desde moleque eu tenho uma mania meio estranha, uma coisa meio que só minha. Quando eu tô estressado ou triste (ou qualquer coisa desagradável), gosto de fechar os olhos e imaginar alguma situação favorável. Explicando melhor... às vezes tô aqui estressado, por conta do trabalho, aí fecho os olhos e me imagino num lugar bacana, com uma pessoa bacana, tudo massa e tal.

Olha, eu não sei se mais alguém tem essa mania, mas isso funciona perfeitamente comigo. Muito, muito bom. Parte prática: Eu vou criar uma situação qualquer aqui com poucas palavras e vocês me prometem quem vão fechar os olhos e se transportar para ela. Aí me digam se funcionou, ok? Na verdade não precisam ser palavras... pode ser um trecho de música, uma foto... enfim. Vamos lá:

Pense numa tarde calma, 16h, cidadezinha de interior. Sentado na calçada vendo o dia ir embora. Numa mão, uma cumbuca com doce de leite fresco misturado a uma porção generosa de queijo de manteiga daqueles beeem molinhos, que derretem na boca. Na outra mão um copo d´água gelada.

Feche os olhos.

Até mais ver.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sobre situações.

Você já teve a impressão que seu humor muda 30 vezes por minuto? Se não, sorte sua. É desesperador. Imagina só... Euforia, sono, cansaço, euforia rápida, cansaço muuuito, mais cansaço, paixão, sono (interrompido rapidamente por uma leve euforia), impaciência, intolerância, preocupação, foda-se ligado, foda-se desligado...

De domingo pra cá tá um caso sério. É tão legal quando você tem plenitude, né? Aí fica nesse puxa-encolhe e você acaba sequelado.

Situação X rolando. Se encaminhando. Pra variar, eu adiantadíssimo... sempre correndo na frente dos acontecimentos. Mas dessa vez os pés, misteriosamente, ficaram atrás. Daí hoje eu acordo e me sinto como a lebre da historinha. Dormi muito e a tartaruga (a situação, nesse caso) passou. Bom, nem tanto. Mas aí surge uma situação Y, que tem tudo pra causar problemas. E isso está em meio à situação X. Quanta abobrinha, Jesus... Parei.

Eu queria pensar menos.

Eu queria teorizar menos.

Eu queria que as coisas acontecessem mais.

Ou menos.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Músicas de quarta

Eu não quero nem escrever sobre. Não precisa. Essa música diz tudinho.

Paul McCartney - This never happened before

i'm very sure
this never happened to me before
i met you and now i'm sure
this never happened before

now i see
this is the way it's supposed to be
i met you and now i see
this is the way it should be

this is the way it should be for lovers
they shouldn't go it alone
it's not so good when you're on your own

so come to me
now we can be what we wanna be
i love you and now i see
this is the way it should be

this is the way it should be

this is the way it should be for lovers
they shouldn't go it alone
it's not so good when you're on your own

i'm very sure
this never happened to me before
i met you and now i'm sure
this never happened before (this never happened before)
this never happened before (this never happened)
this never happened before (this never happened before)
-------------------------------------------------------------

Link nos comentários.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Eu quero pintaaaaar

Não sei que diabos é isso.... não consigo parar de atualizar o blog. Lembram quando eu disse que tinha enlouquecido? Era verdade, né? Tão vendo?

E essa foto aí, que não tem nada a ver com o que tô escrevendo? Na verdade isso é um desenho de Roger Dean, o cara que fazia as capas dos discos do Yes (e de algumas outras bandas) nos anos 70. É bonitão, fala a verdade. Mas taí só pra ilustrar essa minha falta de juízo. Quando eu olho pra dentro de mim, vejo mais ou menos isso que o desenho mostra. Um treco lindo, coloridão, e uns pedaços da minha sanidade boiando nesse mar de loucura.

Não, eu não tô bêbado. Aliás, eu tô sóbrio até demais. Sóbrio, sem grana e dando risada. Pega o doido.

Até quando eu vou ficar enrolando aqui, hein? Acho que até eu ter certeza. E coragem. Aí eu venho e escrevo um "daqueles", dizendo o que eu, na verdade, tenho pra dizer.

Só pra constar...

Sem foto nem nada, só queria dizer que tô muito feliz por conseguir escrever minhas besteiras aqui. E MUITO feliz de saber que vocês acompanham daí. Em 2 meses que eu coloquei o contador de visitas, o número já passa de mil. Pra mim significa muito, sabe?

Obrigado, do fundo do coração.

Oooohhhh, ele está sentimental... Alan, Alan...

=)

Logo eu ou de cabeça pra baixo...

E ainda há quem diga que eu tenho o ego inflado. Não é isso. Nunca foi e nunca será. Mas mesmo assim eu ainda acreditava na minha inteligência, o que anda difícil de continuar... E essa música que fica gritando no meu ouvido? É, grita mesmo. O Media Player da minha cabeça tá com defeito, não consigo tirar ela do repeat.

Cleo Lima, você é muito bobo, sabia? Deus do céu, como uma criatura é tããããão inocente, hein? Hoje em dia, hein? Cadê Itaércio com suas frases, pra eu me orientar, hein? Hahahahahaha.

.

.

.

E ontem eu descobri que eu nunca estive tão certo quanto da vez em que coloquei no meu perfil do Orkut: "A mistura perfeita entre Charlie e Alan". Rapaz, o meu lado Charlie é muito Charlie! Ele fica enrolando o lado Alan o teeeeeempo todo. O lado Alan quer fazer dieta, o lado Charlie sempre arruma um jeito de convencê-lo que só mais um x-burguer não vai fazer diferença. E o bobão aqui vai e come. Alan não devia ser tão inocente. E, dane-se, eu não tô falando de dieta. E o pior é que, apesar de tudo que eu disse, parece que o lado Alan vai sobressair. Oh, damn it!

Desculpaí o desabafo, tô meio zureta. Ontem toquei e cheguei em casa de manhã. Não dormi nada e nem tô de mau-humor. Hã?!?! Taí, eis um motivo de preocupação. Sono sem mau-humor. This never happened before.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Texto convidado: Diego Montilla

Só explicando rapidamente: Fazia tempo que eu queria inaugurar esse espaço aqui, então... É o seguinte... De vez em quando vou postar textos de pessoas que eu admiro muito. Será o "Texto convidado". Para começar, meu irmão Diego Montilla e seu "Breve ensaio sobre a solidão":

Por que tu insistes em me fazer companhia? Como sabes que agora podes simplesmente bater na porta do meu ser, entrar sem ser convidada e ter a certeza que eu não vou resistir e atender às suas vontades, se até ontem eu nem te conhecia? Serás tu como um ser simbiótico que deseja sugar todo o amor e as forças deste pobre solitário e ao mesmo tempo dar-me em troca a tua indesejável e dolorosa presença? Ages em mim como um medicamento sarcástico que me faz lembrar que não posso e que nunca ficarei sozinho de todo, mesmo que eu assim muito deseje, pois quando só, eu ainda te terei ao meu lado! Queres tu fazer-me companhia, solidão? Não seria isso um terrível paradoxo? Por favor, mórbida companheira... Deixe-me em paz!

Diego Montilla

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sobre um dia excelente



Ontem foi um dia bacana. Tinha ligado pra Thulio (meu primo), reclamando que fazia meses que a gente não se via. No fim das contas, ficou resolvido: Vamos tomar uma cerveja? Má...

Então tivemos a brilhante idéia de ir ao Bar do Lucas (ou Lucas Bistrô, como queira). Rapaaaaz. Reunião digna de Davos. Poderia ter sido lá, né? Se bem que lá não teria a carne de sol. Esquece.

Bom, chegando ao recinto, logo de cara avistamos a “alma nobre” Diego Montilla, devidamente acompanhado por Thiago, que conheci ontem, e Cláudio, conhecido internacionalmente através da alcunha de “Saco de Bosta”. E foram chegando mais. Delano, Rafael, Léo, LARISSA... Enfim, terminamos com a reunião dos 3 cavaleiros do apocalipse: Saco de Bosta, o Gago e eu. A tríade da redonda.

Dessa confraria não podia sair coisa boa, obviamente. Logo de cara, Saco de Bosta, observando a aliança no dedo de Thulio, disparou: “E esse omi já é casado?” Ao que Thulio respondeu prontamente: “Sou, pô.” E Saco: “Contra quem?”. Sublime.

E ainda surgiu a história do cidadão que, num feriadão na casa dos pais da namorada (numa longínqua cidade do interior), pegou a moto do sogro, protagonizou uma belíssima queda, deu uns pegas numa “mulher de vida fácil” (altos beijões de língua, em plena pracinha central, disseram) e, quando questionado por sua digníssima senhora acerca dos ocorridos, perdeu a paciência e desceu-lhe a mão nos cornos. É a vida...

Infelizmente, hoje em dia somos todos muito cheios de obrigações. Thulio foi buscar a esposa na universidade e eu tinha ensaio. Peguei carona com Léo, a bordo do fuscão, e passei em casa pra pegar meus equipamentos. De lá, tomamos mais uma cervejinha, que é de lei, pra dar aquela lavada. Em tempo: Léo, assim como eu, é de Acari. Resultado: Liguei pra mamãe, só pra dizer que estava tomando umas com um amigo conterrâneo (não se assustem, o povo da cidade mais limpa do Brasil é assim mesmo). Aí já passei o telefone pra Léo, que ficou um tempão conversando com mamãe: “E fulana, conhece? ooooomi, é muito minha amiga!”. Típico.

Depois do ensaio, apesar do sono (já passava das 23h), ainda tive ânimo pra ligar pro coletivo de imundos e saber se alguém ainda topava continuar o vira-copismo. Nem água, todos uns moles. Findei em casa, sozinho, tomando a saideira pendurado no telefone. Grande dia.

Bom, eu poderia ter ficado horas aqui discorrendo sobre questões metafísicas, sobre a dialética da hermenêutica contemporânea (seja lá o que isso signifique) ou sobre a gripe suína. Mas não... Apesar de não ser muito desse perfil “blog-diário”, o dia de ontem mereceu. Concordam?

Ah, vamos beber!!!!

Update - Na foto: Eu, o Gago e Saco de Bosta.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Músicas de quarta

Quase que eu esquecia de colocar a música, hoje. Ah, tô mau-humorado, nem vou escrever muito... Detesto emendar duas "Músicas de quarta", mas tô totalmente sem tempo. =/

O rapaz aí da foto se chama Pat Metheny. Eu não sei que raio de instrumento é esse que ele tá tocando. Parecem vários violões em um... Ele é um dos maiores guitarristas de todos os tempos.

Em tempo: A música de hoje é dele, instrumental e se chama "As it is". Link nos comentários.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Músicas de quarta


Nem vou falar muito. Herbie Hancock e Joni Mitchell (foto). Summertime, clássico absoluto. Música para fazer amor. Põe ela no repeat. E haja vinho.

Herbie Hancock e Joni Mitchell - Summertime

Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry

One of these mornings
You're going to rise up singing
Then you'll spread your wings
And you'll take to the sky

But till that morning
There's a'nothing can harm you
With daddy and mamma standing by

Summertime,
And the livin' is easy
Fish are jumpin'
And the cotton is high

Your daddy's rich
And your mamma's good lookin'
So hush little baby
Don't you cry
-------------------------------------------
Ah, essa música... Ah, aquelas noites... Link nos comentários!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Só de ruim

Titia acaba de me ligar: "Tô aqui com seu avô e sua avó, comendo uma tapioca beeem quentinha, que chega estrala no dente."

Nostalgia pura. Me veio um Sá, Rodrix e Guarabyra, na cabeça:

"Até mais ver, teto sem forro. Até mais ver, telha de barro. Até mais ver, vento das onze da noite. Flor de pimenta, carne de sol, pomba cinzenta, gente morena e vivida... até mais ver, sertão."

E eu vou ficar na vontade, é? Vou nada...

Então tá. Eu já terminei o que tinha pra fazer aqui na rádio. Vou passar lá na padaria agora, antes de ir pra casa, e comer tapioca tomando café com leite. Moooorram de vontade.

É, eu enlouqueci. =)

Já era.


Más notícias... me olhei no espelho, agora... Gente, eu enlouqueci.

Estou com cara de louco, de psicopata. Cuidado, posso inaugurar minha loucura em você. Fique esperto.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Músicas de quarta


A(s) música(s) de hoje foi(foram) retirada(s) do disco Come Taste the Band, do Deep Purple. O álbum aí em cima surpreendeu muita gente, já que trazia o jovem guitarrisa Tommy Bolin no lugar de Richie Blackmore. Quando o Blackers anunciou que estava fora, a turma ficou com o pé atrás, já que o cara era a alma da banda e tal... bom, nem tanto. Come Taste the Band consegue manter (pra não dizer superar) o nível que a banda vinha apresentando.

Vamos à canção do dia, que na verdade são duas: Começando temos "This time around", belíssimo R&B cantado pelo Glenn Hughes, acompanhado pelo piano de Mr. Jon Lord. Ela vem emendada com "Owed to G", petardo instrumental de autoria do djovem (é, djovem mesmo =P) Tommy Bolin. Imperdível.

Deep Purple - This time around

The world around us hangs in doubt
You face a crime that we'll hear about
To pay the cost would never be the same
Eternal lovers we're not to blame
There's no mistake there's no refrain
The same surroundings that stood
Are here again this time

As I look around you can't be found
To lose you I'd rather see
The endless time of space go passing by
This time around
This time around
So look around we all will be found
In love

The world around us hangs in doubt
You face a crime that we'll hear about
To pay the cost would never be the same
Eternal lover you're not to blame
There's no mistake there's no refrain
The same surroundings that stood
Are here again this time

As I look around you can't be found
To lose you I'd rather see
The endless time of space go passing by
This time around
This time around
To lose you I'd rather see
The endless time of space go passing by
Fly
By
--------------------------------------------

Link nos comentários. =)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A história de Jimmy.


Hoje eu vou contar a história de Jimmy, a mariposa macho (não sei se existe "mariposo". Enfim...) que mora lá em casa. Antes de qualquer coisa: Não, eu não tenho um zoológico, acontece que nesse tempo de chuva é normal aparecerem mariposas, correto? E Charles... bem, desisti de escrever sobre ele. Só vou dar a boa notícia, ele voltou! Ontem mesmo avistei o danado correndo em cima do meu sofá.

Voltando a Jimmy, vocês devem se perguntar como eu sei que ele é macho. Oras, eu não sei. Mas botei na cabeça que é e pronto. Principalmente depois de observar os ocorridos recentes.

Dia desses estou eu deitado na minha cama, ouvindo meu vinil do Focus (Moving Waves) - a propósito, comprei uma vitrola. Depois falo sobre - quando, de repente, entra Jimmy todo sorrateiro. Percebi que seu vôo estava diferente, gracioso. Nem sequer ficou rodeando a lâmpada, como de costume. Fiquei um tempão observando aquela criaturinha, que se comportava de maneira tão singular naquela noite fria. Ficou ali, como quem tem um segredo e precisa muito compartilhar com alguém. Só que eu ainda não sabia, nesse dia, falar com mariposas. Só pude observar.

Os dias foram passando e eu percebi que Jimmy aparecia, agora, sempre acompanhado de uma outra mariposa adulta, que eu imaginei logo ser uma fêmea. Chamei-a de Vênus, não me perguntem o motivo. O fato é que Jimmy e Vênus agora andavam juntos. Notei, ainda, que tinha uma mariposinha-filhote andando às voltas com os dois.

"Já sei!", pensei. "Jimmy casou. Agora vai querer trazer a família pra morar aqui, quer ver?". Não que eu fosse me incomodar, claro. Mas enfim... fui pego de surpresa.

Esses bichos tem uma sensibilidade fora do comum. No outro dia, enquanto eu tomava minha sopinha noturna, Jimmy apareceu sozinho, num vôo pesado, preocupado. Chegou pertinho de mim e pousou no meu ombro. Aí eu descobri que conseguia me comunicar com mariposas. A primeira coisa que ele me disse foi que eu estava certo, ele era macho. Outra: Disse que os da sua espécie lêem pensamentos, ou seja, sabia tudo que eu tinha pensado nos dias anteriores, se sentindo obrigado a vir conversar comigo. Disse que aquela não era sua esposa, mas, sim, uma amiga. Contou-me que não precisava me preocupar, ele não iria trazê-la pra morar com ele. Pelo menos por enquanto.

Na hora percebi tudo... Olhei pra ele sorrindo, que retribuiu (imaginem o sorriso de uma mariposa...). Tava nascendo uma história diferente ali, com a Vênus. Uma paixão, quem sabe. Depois disso, disse a ele que podia ficar tranquilo, tinha meu total apoio e minha torcida incondicional. Ele, então, levantou vôo (já com a graciosidade de volta) e ia saindo pela janela quando parou de repente, pousou no parapeito e pediu:

"Amanhã eu vou trazê-la aqui de novo, você pode pôr aquele vinil do Focus?"

Claro, Jimmy. Boa sorte.
 
Easy Curves Program
Easy Curves Junkie