segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Anacronismo é veneno?


Pense numa dúvida... Parei pra pensar nisso agora e fiquei todo confuso. E você bem sabe que eu sou um velho preso num corpo (já não tão) jovem. Tá, jovem. Sem parênteses. Só vou me chamar de “não tão jovem” quando passar dos 30.

Esse lance de ser muito à moda antiga é complicado. Por um lado, você acaba conhecendo as coisas em sua essência. Parece ser tudo muito mais bonito, né? Eu pelo menos acho. As coisas cheiram a novidade, mesmo tendo mais de 30 anos. Falando em cinema, por exemplo... O cara assiste a um filme como, sei lá, “Um estranho no ninho”... Parece totalmente inovador! Inovação passou a ser sinônimo de efeito especial, nos filmes novos.

Música então... nem vou me alongar, que aí é covardia. Tem exceções? Tem. Tão poucas que nem vou perder tempo listando. É completamente estranha a sensação de ouvir o Sgt Pepper´s, por exemplo. Parece que aparece (parece-aparece... legal, né?)um detalhe diferente a cada audição. E nem é exagero. Mas deixa quieto, que aí eu sou suspeitíssimo. Como diria Itaércio (é, ele de novo), eu tô voltando de Woodstock a pé.

Pois é, se por um lado tem essa coisa bacana e tal, por outro o cara pode se ferrar muito fácil. Eu, por ser um eterno apaixonado pelas coisas antigas, aprendi isso do jeito mais doloroso. Quando essa mania começa a invadir o seu jeito de ver as coisas e seu comportamento... Conselho de amigo: Vá ser moderno! Largue de anacronismo besta. A única possibilidade de você não se dar mal é achar alguém que também seja metido a velho. Ou propriamente velho, na pior das hipóteses.

Ter uma visão antiga sobre os relacionamentos pode ser mortal... Acabo caindo naquele lance de casamento, namoro e “ficadas” (Pô, nem queria falar nisso, mas o texto me trouxe). Parte clichê do texto: Antes casamento era pra vida toda. Blablablablablabla. Hoje? Hoje não! Blablablablablabla.

Sendo mais objetivo, o lance é que a modernidade trouxe muito comodismo para as relações, sabe? Antes rolava aquela parada de dar valor ao que o padre fala lá no altar, de “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. Essas coisas. Se duas pessoas estavam juntas, isso valia pra todas as situações. Por mais difícil que um problema parecesse, o casal se juntava para resolver a dois. Tá, nem sempre. Mas na maior parte das vezes, sim.

O que a modernidade fez? Trouxe o egoísmo pras relações. O cidadão casou não faz um ano. Aí na primeira briga séria ele olha pra esposa e manda: “É... não dá mais certo. Fica cada um no seu canto, que é melhor.” E a esposa, chorando: “É. Vai ser melhor”. E pronto, acabou-se.

Mas pera lá! Não era na alegria e na tristeza? Na saúde e na doença? E não foi aceito pelas duas partes? Ora, mas que coisa! Em minha anacrônica opinião, problemas devem ser resolvidos. Não ignorados.

Mas quem pensa assim provavelmente vai levar umas pancadas da vida. A tendência é essa, agora. Modernidade. Por isso eu digo: Seja moderno enquanto pode! Ou você quer se juntar a mim, voltando de Woodstock a pé com o coração doendo?

6 comentários:

Anônimo disse...

Ah que perfeito, Cleo! Ontem no Feijão quase abordo você para pedir um autógrafo! Adorei o texto e tenho a mesmississima (superlativo a la Chaves) opinião!

Cleo Lima disse...

hahahahaha!

Obrigado, Íris! É uma honra ter você como leitora!

=)

Bella disse...

passei a vida toda me sentindo uma velha presa num corpo jovem também e, tirando a delicia de nostalgia daquelas coisas que nem vivemos, é estranho demais perceber essa "era do descartável" e não saber como sair incólume disso...

a propósito, bonitas demais as tuas escritas :)

Anônimo disse...

To com Iris e não abro! O problema é que hoje em dia já não é "escandaloso" fugir do tal casamento tradicional, as pessoas se juntam e pronto (oq não foi o meu caso). Resultado: Alguns pensam que assim é mais fácil desistir na primeira dificuldade... Realmente é, não nego. Mas o que os "zovenz" contemporâneos não aprenderam ainda é que por mais que as pessoas casem, nunca vão conhecer o(a) parceiro(a) por completo (isso leva ANOS), e assim SEMPRE as divergências surgirão. Inevitavelmente surgirão brigas, e consequentemente (devo colocar o trema?) o amadurecimento tão famoso e contemplado dos casais com mais de 15 anos de relacionamento. Acham que isso durou tanto porque o amor era maior do que o que sentimos? Não. Era maior a paciência, ou qualquer coisa que se relacione com doação, redenção, etc. Se alguém aí for casar, ouça dos mais velhos e APRENDA: "cara, você vai precisar de MUITA paciência." heheheheh

Sou contra o pós-modernismo anti-matrimônio duradouro. Putz, Deveria ter usado hífens???

Anônimo disse...

como assim renato???? quem comentou aí em cima "to com iris e n abro" foi KIKAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA e não renato!!!!

Unknown disse...

CLEO, MEU CARO AMIGO JOVEM VELHO, TANTO SAUDOSISMO PARA QUEM MAL COMEÇA A CAMINHADA, MESMO QUE DE VOLTA DE Woodstock . Mas tudo bem, como é a pé vê se aproveita a paisagem da estrada: observe hipócritas, ouça as estrelas e pratique amor livre de vez em quando.
Quem sabe você não cura essa fratura na alma. Quanto a música, quem sabe o futuro não revele coisas boas do presente.
Até o futuro jovem do passado!!!
Quem mal escreve essas linhas sou eu (Iris) uma jovem experiente que ama o novo a novidade e o que virá.............Mas que de vez em quando sente saudades......


PS ,

São dos músicos “românticos”( sacanas que aprontaram todas em Woodstock) que e elas gostam mais.

 
Easy Curves Program
Easy Curves Junkie