segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
O que fazer?
Se importar demais, eis o problema. Você quer que tudo seja sempre bom, então se esforça pra resolver todas as pendências. Mas aí você tá fazendo tempestade em copo d´água. Isso porque o certo é não dar importância a certas coisas. É errado querer manter tudo sempre nos trilhos?
Enfim... a solução aparente? Desapego. Ihhh
Será que rola?
Enfim... a solução aparente? Desapego. Ihhh
Será que rola?
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Breve retorno - História de vida.
Como assim?
Mas eles muito mal se olhavam!
Eles nem percebiam!
Eles não imaginavam que o dia estava pra chegar...
Ela se debruça na janela, contando as estrelas prometidas. Apenas prometidas.
***
Essas aí eles não as via. Ocupado, varando mais uma noite de TV e sofá. Satisfeito com a cômoda ilusão de um amor já cotidiano.
***
O céu está belíssimo, sopra uma brisa agradável. Mas que brisa inoportuna, que agita a única nuvem do cenário, perante seus olhos! Por fim, desiste de lutar e permite que a mágoa chuvosa despenque como uma tempestade no chão de concreto.
***
Seu braço, onde ela repousa suavemente a cabeça, começa a formigar. Fita-a com ternura quase fraternal durante longos momentos. Consegue trocar a incômoda posição e passa a acariciar docemente os cabelos daquele ser que, de tão delicado, mais parece um bibelô.
***
Apesar da chuva que lhe salta pelos olhos afora, ela permanece contando as estrelas. Um choro, dessa vez infantil, interrompe a cena. Ela corre a acudir a única estrela que ele fora capaz de lhe dar, dentre um universo inteiro que prometera. Estrela essa que nem lhe fora dada por vontade própria... blablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablabla.
***
Com os carinhos, ela acorda. Olha-o primeiro assutada, depois com uma expressão aborrecida. “Será que eu não posso mais dormir?”. As palavras, inconscientemente afiadas como uma navalha, vão entrando pelos ouvidos adentro e dilaceram cada pedacinho de alma espalhado pelo corpo dele, que ainda tenta se redimir, “Me desculpe, meu bem”. “Só saia daqui e me deixe dormir”.
***
Ela volta à janela, mas já não quer mais contar as estrelas prometidas e que, sabe, não lhe serão dadas. Aliás, mas que tolice, como acreditara que estrelas pudessem servir de regalo a alguém?
***
O caminho para casa é curto, porém sombrio e solitário. Pára a observar o céu. Noite belíssima. Vê aquele monte de estrelas e sente um profundo desgosto. Sabe que não adianta dar vazão ao seu romantismo. Sabe que não adiantaria nem mesmo juntar todo o firmamento em um balaio decorado com as cores do arco-íris ou as matizes da alvorada. Nada adianta. Ela foca toda a sua aguçada sensibilidade em outros interesses. O que resta é chegar em casa, ensopar o travesseiro com seus desapontamentos e colocar algo dos Beatles pra tocar, como de costume. Então...
***
Cansada de janela, de noite, de brisa e tudo o mais, deita, sozinha, na cama grande e fria, não sem antes dar uma última espiada no berço. O barulho da rede na sala lhe inquieta, não consegue relaxar. O jeito é ligar, baixinho, o rádio na mesinha de cabeceira. Soam os acordes de uma canção dos Beatles. Então...
***
Adormece. (If I fell in love with you, would you promise to be true and help me understand?)
***
Adormece. ('Cause I've been in love before, and I found that love was more than just holding hands.)
***
Os dias seguem mais ou menos assim. As variantes são mínimas. Ela já botou na cabeça que estrelas nem sequer existem. Ele tem certeza de que jamais encontrará a musa de toda a sua inspiração.
Desistem, pois, de vez e seguem, solitários, suas estradas. Dedicam, cada um a seu modo, o tempo às amizades. Encontram-se noites adentro, sempre acompanhados por copos, garrafas e romances fugazes.
A aproximação é mais que natural. As farras ficam mais recorrentes e exclusivas.
***
Nossa! Ela... bem... talvez ela seja sensível. Não aparenta, tudo bem, mas, olhando de pertinho, ela tem uma energia quente, forte. Uma energia que eu não tinha visto, ainda.
***
Bem, eu posso estar enganada, mas acho que vi um pedacinho de estrela nos olhos dele. Não, não pode ser. Isso não existe.
***
E eles já ficam muito a sós, são grandes companheiros. Um dia, juntos como de costume, ele sente aquele calor, aquela energia transbordando dela. Mas não, não pode ser. E aumenta, aumenta. A tarde anda a passos largos quando ele se vale da força do ímpeto.
Os olhos se fecham. Quando finalmente voltam a esse mundo, já é noite fechada. E não há sequer uma estrela no céu.
Mas eles muito mal se olhavam!
Eles nem percebiam!
Eles não imaginavam que o dia estava pra chegar...
Ela se debruça na janela, contando as estrelas prometidas. Apenas prometidas.
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Essas aí eles não as via. Ocupado, varando mais uma noite de TV e sofá. Satisfeito com a cômoda ilusão de um amor já cotidiano.
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O céu está belíssimo, sopra uma brisa agradável. Mas que brisa inoportuna, que agita a única nuvem do cenário, perante seus olhos! Por fim, desiste de lutar e permite que a mágoa chuvosa despenque como uma tempestade no chão de concreto.
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Seu braço, onde ela repousa suavemente a cabeça, começa a formigar. Fita-a com ternura quase fraternal durante longos momentos. Consegue trocar a incômoda posição e passa a acariciar docemente os cabelos daquele ser que, de tão delicado, mais parece um bibelô.
***
Apesar da chuva que lhe salta pelos olhos afora, ela permanece contando as estrelas. Um choro, dessa vez infantil, interrompe a cena. Ela corre a acudir a única estrela que ele fora capaz de lhe dar, dentre um universo inteiro que prometera. Estrela essa que nem lhe fora dada por vontade própria... blablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablablabla.
***
Com os carinhos, ela acorda. Olha-o primeiro assutada, depois com uma expressão aborrecida. “Será que eu não posso mais dormir?”. As palavras, inconscientemente afiadas como uma navalha, vão entrando pelos ouvidos adentro e dilaceram cada pedacinho de alma espalhado pelo corpo dele, que ainda tenta se redimir, “Me desculpe, meu bem”. “Só saia daqui e me deixe dormir”.
***
Ela volta à janela, mas já não quer mais contar as estrelas prometidas e que, sabe, não lhe serão dadas. Aliás, mas que tolice, como acreditara que estrelas pudessem servir de regalo a alguém?
***
O caminho para casa é curto, porém sombrio e solitário. Pára a observar o céu. Noite belíssima. Vê aquele monte de estrelas e sente um profundo desgosto. Sabe que não adianta dar vazão ao seu romantismo. Sabe que não adiantaria nem mesmo juntar todo o firmamento em um balaio decorado com as cores do arco-íris ou as matizes da alvorada. Nada adianta. Ela foca toda a sua aguçada sensibilidade em outros interesses. O que resta é chegar em casa, ensopar o travesseiro com seus desapontamentos e colocar algo dos Beatles pra tocar, como de costume. Então...
***
Cansada de janela, de noite, de brisa e tudo o mais, deita, sozinha, na cama grande e fria, não sem antes dar uma última espiada no berço. O barulho da rede na sala lhe inquieta, não consegue relaxar. O jeito é ligar, baixinho, o rádio na mesinha de cabeceira. Soam os acordes de uma canção dos Beatles. Então...
***
Adormece. (If I fell in love with you, would you promise to be true and help me understand?)
***
Adormece. ('Cause I've been in love before, and I found that love was more than just holding hands.)
***
Os dias seguem mais ou menos assim. As variantes são mínimas. Ela já botou na cabeça que estrelas nem sequer existem. Ele tem certeza de que jamais encontrará a musa de toda a sua inspiração.
Desistem, pois, de vez e seguem, solitários, suas estradas. Dedicam, cada um a seu modo, o tempo às amizades. Encontram-se noites adentro, sempre acompanhados por copos, garrafas e romances fugazes.
A aproximação é mais que natural. As farras ficam mais recorrentes e exclusivas.
***
Nossa! Ela... bem... talvez ela seja sensível. Não aparenta, tudo bem, mas, olhando de pertinho, ela tem uma energia quente, forte. Uma energia que eu não tinha visto, ainda.
***
Bem, eu posso estar enganada, mas acho que vi um pedacinho de estrela nos olhos dele. Não, não pode ser. Isso não existe.
***
E eles já ficam muito a sós, são grandes companheiros. Um dia, juntos como de costume, ele sente aquele calor, aquela energia transbordando dela. Mas não, não pode ser. E aumenta, aumenta. A tarde anda a passos largos quando ele se vale da força do ímpeto.
Os olhos se fecham. Quando finalmente voltam a esse mundo, já é noite fechada. E não há sequer uma estrela no céu.
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