Infância é nascer a qualquer momento, fazendo dele sempre o momento certo. É fazer de problemas, soluções. De tristezas, alegrias. De preocupações, alívio. De intolerância, compaixão.
Infância é olhar ao redor e ver o mundo. E brincar com ele. É olhar lááá em cima do guarda-roupa, tentar pegar a bola e, não conseguindo, exclamar: “Que vida difícil!”. É acordar cedo no domingo só pra sentar na calçada e sentir o sol gostoso na pele, conversando com o vento. Mas o vento não ouve. Não pode ouvir. Nem quando crescer.
Infância? Bem… é meio-fio branquinho, sete pecados, guaraná e ferida no joelho. É banho de chuva, de piscina, de rio, de açude, de mar, menos de chuveiro. É fim de tarde esperando papai chegar do trabalho com balinha. Tomado banho de chuveiro, infelizmente.
Infância é jogo de bola, pára apito, pára grito. E o menino deixa a vida pela bola… só se não for brasileiro nessa hora. É pé de jambo, de goiaba, manga, caju, laranja. É derrubar casa de abelha pra tirar mel. É correr de abelha. É briga na rua e amizade e briga e amizade e não parar nunca. É não cansar-se de cansado, para não perder a paráfrase.
Infância é esconde-esconde, tica, polícia-e-ladrão, amarelinha, barra-bandeira. É pé-de-moleque, chocolate, biscoito, cocada e doce de leite. É fim de semana no clube. É verdura? Nunca! Eca! Já bolinha de gude... Sim! Sempre!
Na infância tudo é parquinho, sorvete, circo, pipoca e alugar desenho animado pra assistir no vídeo-cassete. É aniversário, presentes, brigadeiro, cachorro-quente e mais e mais e mais presentes. É quebrar o protocolo (e o vaso) sempre: Sai já daí, olha o cinturão, olha a chinelada, olha o castigo, olha o choro, olha o tamanho do bico.
Infância é ficar dodói. Gripe, febre, cama, também. É beijo de boa noite, depois do leite morno. É dormir e sonhar. Acordar e viver. E sonhar de novo. E brincar, cantar, dançar, pular, fazer festa. E cair, arranhar, chorar mais. É titio, titia, vovô e vovó.
Infância é “Te amo, papai”.
Infância é “Te amo, mamãe”.
Infância sou eu. É você. É uma saudade que não acaba nunca. Uma saudade gostosa que dá no peito e faz sentir um cheiro de ontem. Mas, taí, esperto é o mundo, que brinca de roda até hoje, né?
Cleo Lima – Para Theo, Daniel, Raul, Liz e Belinha.
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11 comentários:
Ai que SAUDADONA de minha infância :/
hehehe
Que delícia!!!
Vou ali comprar um pirulito!
É ir tomar banho no rio e depois reunir a turma pra escutar e dar risada com a mesma fita k7 do saudoso "Costinha"...
Ô tempo bom que não volta.
=)
massa, mas essa tah mais p nossa infância. Os meninos de hj quase nem têm tempo p brincar...eh aula, mais aula de karate, e ingles e tarefa de casa, quer dizer de apto...Falta areia, árvore e bicho de pé.
Adorei! =) Adorei tb pra quem dedicou, rsrs! Os babys da a´rea, rsrs! Bjo!
Voltou com gosto, hein? Texto massa.Antes que eu me esqueça... A garotada de hoje em dia não possui anticorpos suficiente para combater um bicho de pé. É o fim da humanidade.
hahahahaha, Marcelo sempre perfeito.
Faltou a dedicatória para Noah!!!
Protesto!!!
Perfeito o texto, irmão!!!
Cara de concha, essa família terá texto exclusivo, antes que você fale merda
=P
Eu vou me mudar para o castelo
Digo a senho pro porteiro
Tomo banho como o rato
Não preciso de dinheiro
Quando tiver mil e quinhentos anos
Eu vouu fomar uma banda
Eu toco o baixo, o passarinho na guitarra
e a cobra canta e toca bateria
Eu vou viver ao seu lado
Aprendendo com o gato
Conversando com os sapatos
E vendo o circo mágico
Eu vou viver ao seu lado
Em um mundo de aventras
Onde tudo é fantástico
Vivo esta infância até hoje, pois continuo incentivando, me misturando com a molecada;mas você e a turma vão ser esmpre a referência.
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